POESIA GOIANA
Organização de SALOMÃO SOUSA
MARIA RODRIGUES DI CLEMENTE
Nasceu em 2 de dezembro de 1942, em Carinhanha, Bahia, Brasil.
Em Piloândia, no município goiano de Iporá, em tenra idade firmou residência com os pais. Muda-se para Goiânia, para estudar. Concluiu os ensinos fundamental e médio, no Colégio Estadual Polivalente “Gabriel Issa”, em Anápolis. Na Universidade Anápolis – Uniana, graduou-se em Geografia, e pós-graduou-se com especialização em Geografia agro-urbana. Fez mestra na área de Psicanálise e educação em Jaraguá.
É professora de geografia e coordenador pedagógica no Colégio Estadual “Professora Helena Nasser”.
Maria Rodrigues di Clemente gosta de identificar seus poemas com a sigla HM+ e é conhecida pelos colegas de trabalho como Diclemente.
ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA. (Autores filiados à União Literária Anapolina). Organizado por Laurentina de Medeiros, Natalina Fernandes e Henrique Mendonça. Capa: Julio Alan. Prefácio: Júlio Sebastião Alves. Anápolis: ULA, 2005. 304 p. 14 x 21 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
A rosa
No silêncio do meu
canto, lembro-me
de ti, na inquietude
dos sentimentos meus.
Vejo-te como a
Rosa que exala o
perfume ... ...
Gratuitamente.
Perfuma a alma
de quem ama,
de quem sofre...
De quem geme.
Ou apenas do
transeunte,
absorto, alheio
ao mundo que vive...
Que transita... ...
Passa pela vida.
Ficarás sempre
linda em minha
memória!
Perfumada...
Momentos infindos... ...
na alma dos
amantes.
A virgem
A Virgem, bela, pura...,
que se banha ao sol dourado,
nas manhãs de verão.
O sol empalidece,
em sentir a pele macia,
do corpo moreno, cor de canela.
Que linda paisagem...,
perfume agreste!
Os pássaros sobrevoam
o corpo da Virgem,
de olhos brilhantes,
causam inveja às nuvens,
que de ciúmes cobrem o sol,
derretem-se no espaço,
em gotas banham a Virgem
e se espalham na rua.
Por sua vez, a Virgem
inocente, entregue à brisa, à chuva,
sonha com um príncipe,
próximo a chegar...
Tece, faz castelos na lua,
visita Marte e Netuno,
não sente que os “seus anos”
estão prestes a chegar.
Embora “irmã”, o meu ventre gerou,
fazendo-me mais pura...;
neste “plano”, a Virgem brotou,
fazendo-se humana... a própria “candura”.
Lampejo
Tu, me vens
como lampejo,
no pensamento.
Suspiro d´alma,
resgate da
essência
deste “eu”.
Tu, me vens
de relance
no sibilar
“da brisa...,”
da orquestra do
colibri... ...
Sussurras, susssurras,
eu pasma a te ouvir.
Tu, me vens
como a fonte
a jorrar.
Lapida o sonho,
tornando suave
o meu pensar,
purifica... ...,
como o meu amar.
Que fizeste tu, querida,
deste “eu” distante?!
No martírio da partida,
sou apenas um ser andante.
Profanação
Amei-te
num pensamento
profano... ...
No êxtase
duma paixão,
sucumbida pela
saudade...
AMEI-TE
MUITO MAIS...!
Mergulhei,
mergulhei bem
no fundo...
se incidir.
Na distância
Vejo-me sozinha...
Sinto “amor”
“maior...”
Desvairada...
Na demência
dum adeus.
Amar-te-ei
num “porvir”
maravilhoso.
Ter-me-ás
Por “inteira”.
HM+
*
VEJA e LEIA outros poetas de GOIÁS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html
Página publicada em junho de 2021
|